domingo, 16 de maio de 2010

Os homens símbolos da Feira de Cultura

No povoado de Ovo da Ema em Maria Quitéria dois dos moradores mais antigos são os martes da comunidade. Eles são: Catarino Cundes Ferreira e Germano Almeida, que ao longo dos anos fizeram muito pelas pessoas que necessitavam de apoio e ajuda para solucionar problemas do dia-a-dia. Contam eles que foram os principais desbravadores na localidade de Ovo da Ema e comunidades vizinhas e tiveram que enfrentar muitas dificuldades em décadas passadas, mas atualmente vivem aposentados e trabalhando em suas roças com perspectivas apenas de manutenção do passa tempo sem maiores empreitadas.

Com mais de 80 anos eles ainda enfrentam os senhores mais novos quando o tema é esboçar a garganta para ensaiar uma modinha típica da região, mesmo contando com pouco auxílio de instrumentos musicais. Catarino Cundes foi o doador do terreno que deu origem a Praça Adélia Almeida, mãe já falecida de seu Catarino. Também foram doados o terreno do Colégio Manoel Cundes Ferreira e o terreno da Capela da Igreja Católica. Eles contam as dificuldades que viveram no passado quando andavam em lombo de burro para ir até as cidades mais próximas: Tanquinho, Santa Bárbara e Feira de Santana para vender suas produções da roça e fazer a feira da família. Depois de muito tempo passaram a andar em carroceria de caminhão (conhecido pau-de-arara), mas o tempo evoluiu, e o transporte coletivo do ônibus chegou, a energia rural, a televisão e parte dos costumes local ficou para traz.

Homens fortes e sábios capazes de dar aulas até para os letrados, mesmo sem ter tido acesso a sala de aula na infância. Seu Catarino conta que hoje o povo vive melhor do que no passado, pois o dinheiro ficou mais fácil e a acessibilidade também. Antigamente, diz ele, conseguir um tostão significava trabalhar muito, mas hoje só não ganha dinheiro quem é preguiçoso.

A coragem dos organizadores da Feira de Cultura foi surpreendente para nós, haja vista, que num raio daqui até próximo a Feira de Santa não temos conhecimento de eventos assim. Fazer a comunidade se reunir para lembrar fatos perdidos na cultura da região e comer produtos saborosos feitos pelas donas de casa da comunidade merece muito respeito e os jovens da zona rural precisam abraçar este evento como um elo de valorização do ser humano, por isso devemos bater palmas para a festa.

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