Com mais de 80 anos eles ainda enfrentam os senhores mais novos quando o tema é esboçar a garganta para ensaiar uma modinha típica da região, mesmo contando com pouco auxílio de instrumentos musicais. Catarino Cundes foi o doador do terreno que deu origem a Praça Adélia Almeida, mãe já falecida de seu Catarino. Também foram doados o terreno do Colégio Manoel Cundes Ferreira e o terreno da Capela da Igreja Católica. Eles contam as dificuldades que viveram no passado quando andavam em lombo de burro para ir até as cidades mais próximas: Tanquinho, Santa Bárbara e Feira de Santana para vender suas produções da roça e fazer a feira da família. Depois de muito tempo passaram a andar em carroceria de caminhão (conhecido pau-de-arara), mas o tempo evoluiu, e o transporte coletivo do ônibus chegou, a energia rural, a televisão e parte dos costumes local ficou para traz.
Homens fortes e sábios capazes de dar aulas até para os letrados, mesmo sem ter tido acesso a sala de aula na infância. Seu Catarino conta que hoje o povo vive melhor do que no passado, pois o dinheiro ficou mais fácil e a acessibilidade também. Antigamente, diz ele, conseguir um tostão significava trabalhar muito, mas hoje só não ganha dinheiro quem é preguiçoso.
A coragem dos organizadores da Feira de Cultura foi surpreendente para nós, haja vista, que num raio daqui até próximo a Feira de Santa não temos conhecimento de eventos assim. Fazer a comunidade se reunir para lembrar fatos perdidos na cultura da região e comer produtos saborosos feitos pelas donas de casa da comunidade merece muito respeito e os jovens da zona rural precisam abraçar este evento como um elo de valorização do ser humano, por isso devemos bater palmas para a festa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário