quarta-feira, 26 de maio de 2010

Que tal um hambúrguer com fibra de caju?




















Foto: Divulgação
Bruna Bessi, São Paulo 26/05/2010

Pesquisadores brasileiros desenvolvem técnica para aproveitar bagaço da fruta, rico em vitaminas e antioxidantes
Consumido naturalmente, em sucos, licores, doces e sorvetes, o caju agora pode chegar às mesas através de alimentos enriquecidos com suas fibras. A tecnologia desenvolvida por quatro pesquisadores da Universidade de São Paulo utiliza o bagaço do caju no processamento de alimentos salgados e congelados, como hambúrgueres e empanados.

Fibra de caju é usada em alimentos salgados e congelados
Com grande importância sócio-econômica, encontrado principalmente nas regiões Norte e Nordeste do País, e freqüentemente confundido com uma fruta, o caju é, na verdade, constituído por duas partes. O fruto propriamente dito é a castanha e a parte mais viscosa e popularmente conhecida como fruta é chamada de pseudofruto ou pedúnculo floral.

O caju apresenta alto teor de vitamina C e possui grande valor nutricional. Entretanto seu aproveitamento ainda é pequeno, em relação à quantidade de matéria-prima potencialmente disponível. O pedúnculo é aproveitado em sua grande maioria (87%) para a fabricação de sucos e cerca de 250 mil toneladas de bagaço são descartadas no processamento in natura. “Isso é um desperdício, pois o pedúnculo é rico em vitaminas e componentes antioxidantes, como a maioria das frutas tropicais”, afirma Alessandra Lopes de Oliveira, engenheira de alimentos e integrante do projeto.
Dentre os principais aspectos da fibra de caju, encontra-se uma importante função gastrointestinal. “As fibras do bagaço do caju têm uma qualidade muito boa e são compostas principalmente de carboidratos. Além disso, a celulose das fibras auxilia no funcionamento do intestino”, diz Narendra Narain, professor de ciência e tecnologia de alimentos da Universidade Federal de Sergipe.

Na tecnologia descoberta, os alimentos são produzidos de modo semelhante ao dos hambúrgueres comuns. Após o descarte, as fibras do bagaço são resfriadas e preparadas para uso através de um processo denominado branqueamento. “Nessa etapa o bagaço é cozido por alguns minutos para eliminar odores e microorganismos, além de impedir a ação de enzimas, evitando que provoquem a oxidação e o escurecimento das fibras", afirma Rubem Fernando dos Anjos, engenheiro de alimentos e integrante do projeto.

Os alimentos processados com a nova técnica são ricos em carboidratos e apresentam uma alternativa ao produzidos com soja. “Os produtos oriundos do caju podem se tornar uma opção para os consumidores vegetarianos e os que procuram alimentos funcionais” diz Rubem.
Apesar de grandes empresas já terem manifestado interesse, a produção com a nova técnica ainda não está em andamento. Mas, os pesquisadores mantêm-se confiantes nas perspectivas futuras. “A ideia é que os alimentos sejam processados no Brasil. Por isso, buscamos empresas que tenham interesse em aplicar a tecnologia desenvolvida”, diz Alessandra.

Fonte: http://economia.ig.com.br/inovacao/que+tal+um+hamburguer+com+fibra+de+caju/n1237634642997.html

domingo, 16 de maio de 2010

Os homens símbolos da Feira de Cultura

No povoado de Ovo da Ema em Maria Quitéria dois dos moradores mais antigos são os martes da comunidade. Eles são: Catarino Cundes Ferreira e Germano Almeida, que ao longo dos anos fizeram muito pelas pessoas que necessitavam de apoio e ajuda para solucionar problemas do dia-a-dia. Contam eles que foram os principais desbravadores na localidade de Ovo da Ema e comunidades vizinhas e tiveram que enfrentar muitas dificuldades em décadas passadas, mas atualmente vivem aposentados e trabalhando em suas roças com perspectivas apenas de manutenção do passa tempo sem maiores empreitadas.

Com mais de 80 anos eles ainda enfrentam os senhores mais novos quando o tema é esboçar a garganta para ensaiar uma modinha típica da região, mesmo contando com pouco auxílio de instrumentos musicais. Catarino Cundes foi o doador do terreno que deu origem a Praça Adélia Almeida, mãe já falecida de seu Catarino. Também foram doados o terreno do Colégio Manoel Cundes Ferreira e o terreno da Capela da Igreja Católica. Eles contam as dificuldades que viveram no passado quando andavam em lombo de burro para ir até as cidades mais próximas: Tanquinho, Santa Bárbara e Feira de Santana para vender suas produções da roça e fazer a feira da família. Depois de muito tempo passaram a andar em carroceria de caminhão (conhecido pau-de-arara), mas o tempo evoluiu, e o transporte coletivo do ônibus chegou, a energia rural, a televisão e parte dos costumes local ficou para traz.

Homens fortes e sábios capazes de dar aulas até para os letrados, mesmo sem ter tido acesso a sala de aula na infância. Seu Catarino conta que hoje o povo vive melhor do que no passado, pois o dinheiro ficou mais fácil e a acessibilidade também. Antigamente, diz ele, conseguir um tostão significava trabalhar muito, mas hoje só não ganha dinheiro quem é preguiçoso.

A coragem dos organizadores da Feira de Cultura foi surpreendente para nós, haja vista, que num raio daqui até próximo a Feira de Santa não temos conhecimento de eventos assim. Fazer a comunidade se reunir para lembrar fatos perdidos na cultura da região e comer produtos saborosos feitos pelas donas de casa da comunidade merece muito respeito e os jovens da zona rural precisam abraçar este evento como um elo de valorização do ser humano, por isso devemos bater palmas para a festa.

Evento da 5ª Feira de Cultura em 2007

Numa descontração de deixar qualquer um com vontade de participar, a 5ª FEIRA DE CULTURA da comunidade de Ovo da Ema foi sucesso absoluto. A presença de crianças, jovens, adultos e idosos da comunidade foi o eixo condutor que fez da festa no 5º ano de realização se tornar atrativa e elegante. Os organizadores capricharam na programação, trazendo mais novidades para animar a presença dos participantes. A festa realizada no primeiro sábado e domingo de setembro, como já é símbolo da Praça Adélia Almeida no povoado, está tornando a comunidade apta e capaz de realizar a festa sem grandes recursos.

A participação da comunidade é o maior recurso, haja vista, que os organizadores fazem o que podem abrindo mão de recursos próprios para tornar o evento bonito e seguro para as famílias, convidados e visitantes que prestigiam a festa. Além das pessoas da comunidade de Ovo da Ema, as comunidades da vizinhança são os maiores freqüentadores do evento e para dar um charme a mais na festa são contratadas bandas da região e de outras localidades para animar a festa durante os dois dias.

A abertura da festa conta sempre com a presença de Tonho Sanfoneiro (Tonho Ceguinho), filho da comunidade de Ovo da Ema ele toca sua acordeom de 180 baixos para deixar a festa com “sabor de festa junina”, mas o foco principal do evento é o resgate da cultura local, seja no tocante aos elementos festivos da localidade, seja no tocante aos produtos existentes na comunidade.